Os campos do Sul do Brasil são conhecidos como Bioma Pampa ou Pampas, que significa Terra Plana, mas também podem ser chamados de Pradarias.
No Pampa a vegetação é composta por maioria de herbáceas, ou seja, plantas de pequeno porte, com altura máxima de 1 metro e que não apresentam tecido lenhoso.
A principal característica do bioma Pampa é seu relevo pouco acidentado e sua vegetação composta por plantas herbáceas, arbustos e árvores pequenas. A paisagem mais comum são as longas formações de gramíneas e outros vegetais menores.
Assim, com sua extensão total, o bioma é considerado um dos campos temperados mais importantes mundo.
Um bioma é um grande espaço geográfico natural onde existe uniformidade do clima, do solo e da vegetação, com identidade regional e características únicas, definidas pelo tipo de solo e clima.
Cada bioma é constituído por várias espécies vegetais; via de regra há uma vegetação principal. Também, por isso, a fauna está adaptada às condições ambientais do bioma.
O Pampa ou Pradarias, no Brasil, fica localizado no Rio Grande do Sul e ocupa pouco mais da metade do território gaúcho, cerca de 63%, e 2% do território nacional, enquanto que a outra grande parte do bioma encontra-se nos países vizinhos Uruguai e Argentina.
O clima que predomina no Pampa é subtropical, úmido e frio, com chuvas muito bem distribuídas ao longo do ano.
Durante o verão as temperaturas podem alcançar a casa do 35 °C, enquanto que, ao longo do inverno, podem despencar para -5 °C.
Clima: subtropical.
Temperatura média anual: 18 °C.
Índice pluviométrico médio anual: 1200 e 1600 mm/ano.
O solo do Pampa é arenoso e raso, ou seja, cavando pouco já se chega às rochas rapidamente.
Também é fértil e sustenta as espécies vegetais presentes, principalmente as gramíneas, um dos pontos fortes para a massiva e extensiva pecuária que se constituiu no bioma.
O solo arenoso do Pampa, ou seja, que não possui os sedimentos tão bem unidos, fica submetido à ação da água da chuva, que ao passar pelo solo, espalha os sedimentos da superfície.
Depois de secos, o vento leva os sedimentos para mais longe, gerando, então, os campos de arenização.
Algumas plantas existentes no Pampa possuem raízes mais longas, por isso conseguem absorver água mesmo em terrenos inóspitos de arenização.
O relevo do Pampa é formado por serras, planícies, morros rupestres e coxilhas.
A vegetação presente no Pampa é principalmente composta por herbáceas, sobretudo de gramíneas, mas há matas ciliares em torno dos rios, matas de encosta, formações arbustivas, butiazais, banhados (principalmente próximo ao litoral e afloramentos rochosos).
A biodiversidade da vegetação natural é alta, não se comparada a outros biomas, mas sim referente ao tipo de vegetação que o bioma é capaz de abrigar.
Há cerca de três 3000 espécies de plantas conhecidas no Pampa, e pouco mais de 400 são só de tipos diferentes de gramíneas.
As mais comuns, por exemplo: capim-forquilha, grama tapete, flechilhas, barbas-de-bode e cabelos-de-porco.
Muitas das espécies vegetais do Pampa possuem brotos em suas raízes, que formarão novas plantas, sendo um tipo de adaptação evolutiva e que indica um dos motivos do alto povoamento deste tipo de vegetação no Pampa.
Também se destacam as espécies de folhas compostas e de leguminosas (mais de 100 espécies), como a babosa-do-campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo.
Elas são muito importantes para os animais herbívoros que habitam a fauna do Pampa porque são ricas em proteína devido à ação das bactérias do solo que sintetizam nitrogênio, resultando em uma vegetação mais proteica.
Os animais que habitam Pampa são diversos e, como o bioma é muito antigo, já houveram animais gigantescos por lá.
Ao mesmo tempo, a sua fauna está comprometida e há muitos problemas ecológicos.
Peixes: não há grande biodiversidade de peixes, ficando em torno de 50 espécies, mas existem algumas espécies endêmicas, ou seja, que só habitam em seu local de origem.
Anfíbios: o mesmo acontece com os anfíbios, há poucas espécies, mas algumas só existem neste bioma. As principais espécies que habitam o Pampa são: perereca-listrada, rã-boiadora, rã-grilo-de-barriga-vermelha e sapinho-verde-de-barriga-vermelha.
Répteis: são pouco mais de 90 espécies catalogadas, entre as mais comuns, por exemplo: lagartixas, cobras, cágados e jabotis.
Aves: ao todo há 400 espécies conhecidas; as mais comuns são: perdigão, quero-quero, pica-pau do campo, caminheiro-de-espora, joão-de-barro, sabiá do campo, perdiz e a ema, que é a maior ave brasileira.
Mamíferos: há quase 100 espécies conhecidas, como os catetos e queixadas, veado-campeiro, graxaim, tuco-tuco, furão, zorrilho, tatu, preá, lobo-guará e tamanduá-bandeira, estes últimos dois estão em um processo acelerado de extinção.
O Pampa é o segundo bioma mais destruído do Brasil, mais de 50% já foi perdido.
A principal causa da destruição do Pampa é a pecuária extensiva massiva, que produz desmatamento para liberar cada vez mais espaço, tanto para pastagem, como para o plantio de soja e outros vegetais.
Seja como for, o desmatamento retira a biodiversidade local em função de uma única espécie de gramínea que servirá de alimento.
Nesse sentido, a pecuária também é a atividade que mais consome a água do Brasil, além da alta emissão de gás metano.
O país possui o maior rebanho bovino de corte do mundo, com mais de 215 milhões de gados (dados de 2020).
Esta quantidade pressiona todos os biomas, que têm seus territórios desmatados, ilegalmente na maioria das vezes, em função da pecuária.
É pelo excesso de criação de animais, portanto, que o campo não consegue se regenerar, forçando o desmatamento de mais áreas para pasto.
A monocultura também é, certamente, um problema, em razão da perda de biodiversidade, do uso massivo e intensivo de agrotóxicos e esgotamento do solo.
Visto que, atualmente, o maior impacto de monocultura no Pampa vem do plantio de soja como commodity, que é feito, em sua maioria, para alimentar animais chineses.
A monocultura de eucalipto, igualmente, também está presente e apresenta os mesmos problemas de retirada da biodiversidade local.
Ao longo dos anos 90, humanos trouxeram javalis e os lebrões para uma tentativa de comercialização da carne.
O mercado não absorveu a demanda e os animais se reproduziram soltos, alterando o equilíbrio do ecossistema local e competindo por alimento com os animais nativos, entre outras consequências.
Atualmente, apenas 3% do Pampa está protegido e o bioma está em um processo acelerado de destruição.
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