Mulher, historiadora, filósofa, antropóloga e foi professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Lélia tem uma contribuição fundamental para o pensamento das ciências sociais do Brasil e na América Latina, sobretudo por mobilizar um profundo debate que a conduziu às raízes da realidade da relação entre raça, gênero e classe, especialmente sobre sexismo e racismo.
Hoje separamos um pouco dos conceitos fundamentais para você compreender a importância desta do Brasil, que preocupou-se em pensar questões cruciais da estrutura social brasileira. Bora lá?
Lélia abriu caminhos no debate sobre sexismo, construindo uma vasta produção acadêmica e deixando um legado sobre o que é ser mulher no Brasil, especialmente, o que é ser mulher negra. Em suas obras, analisou as origens das realidades das mulheres negras e periféricas brasileiras, apontando a existência de uma estrutura opressora que atravessa as camadas sociais, econômicas, culturais e até psicológicas, e que configuram um violento quadro de sexismo e racismo no país.
Lélia, ao pensar o papel ocupado pela mulher negra na sociedade brasileira, mobilizou um profundo estudo para compreender as estruturas racistas e sexistas que se perpetuavam e ainda estão presentes. Compreendendo o papel social da mulher negra e sua relação com o homem branco, Lélia percebe que o racismo faz parte da formação do sujeito brasileiro e, a partir daí, inicia seu mergulho na psicanálise. Seria o racismo uma neurose da sociedade brasileira?
Lélia busca na psicanálise, mais precisamente em Jacques Lacan, a resposta para um pergunta crucial: o racismo é uma neurose do brasileiro? Apoiando-se nisso, pensa sobre o que é neurose e o quanto deste traço da condição moderna está presente dentro da sociedade brasileira na sua formação sociocultural. Suas descobertas trouxeram à tona a dupla violência sofrida pela mulher negra: a do patriarcalismo e a do racismo que, no caso brasileiro, não é explicito, mas está estruturalmente colocado nas dinâmicas das relações, sobretudo a da mulher negra com o homem branco.
Lélia Gonzalez e Angela Davis juntas em 1984, nos Estados Unidos / Foto: Arquivo pessoal
Conceito cunhado e introduzido por Lélia aos estudos raciais, a amefricanidade se refere à experiência comum de mulheres e homens negros na diáspora e à experiência de mulheres e homens indígenas contra a dominação colonial.
Lélia Gonzalez ajudou a fundar instituições como o Movimento Negro Unificado (MNU), o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), o Coletivo de Mulheres Negras N’Zinga e o Olodum. Sua militância em defesa da mulher negra levou-a ao Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), no qual atuou de 1985 a 1989.
Em 2015 um dos prédios Casa das Nações Unidas no Brasil, inaugurado em Brasília, levou o nome de Lélia Gonzalez.
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