O bioma Caatinga ocupa cerca de 11% do território brasileiro, estando presente em quase todos os estados do Nordeste e no norte de Minas Gerais, fazendo fronteira com a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica.
Um bioma é um grande espaço geográfico natural onde existe uniformidade do clima, do solo e da vegetação, com identidade regional e características únicas, definidas pelo tipo de solo e clima.
Cada bioma é constituído por várias espécies vegetais; via de regra há uma vegetação principal. Também, por isso, a fauna está adaptada às condições ambientais do bioma.
A Caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², englobado os estados da Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do norte de Minas Gerais, por isso, o clima pode variar em alguns locais.
No entanto, o que não muda é que a Caatinga é conhecida por severos períodos de seca que podem chegar a muitos e muitos anos.
Em média, o bioma recebe 3 meses de chuvas mal distribuídas para 9 meses de seca. Com chuvas irregulares, há regiões que recebem menos de 240 mm ao ano.
Clima Semiárido: quente e seco.
Temperatura média anual: 27 °C.
Índice Pluviométrico anual: 600 mm ao ano.
Por influência do relevo acidentado, com depressões, chapadas, planícies de altitude e serras, as chuvas que são formadas no oceano Atlântico ficam presas em locais onde a passagem é impedida e acabam despencando em outras regiões.
Além disso, outra causa para o estresse hídrico da caatinga é a sua proximidade à linha do Equador, que promove altas temperaturas e a ausência de frentes polares, que não conseguem chegar até o bioma, contribuindo para a falta contínua de chuvas.
O solo do bioma Caatinga é pedregoso e rico em minérios, feito principalmente de calcário, e não retém a água da chuva.
Não há fertilidade natural (matéria orgânica), pela ausência de serapilheira e agentes decompositores, como fungos e bactérias, em razão das características do clima, da hidrografia e da vegetação da região.
Com isso, as plantas desenvolveram os mais variados mecanismos de adaptação ao estresse hídrico e à falta de nutrição, como raízes mais próximas à superfície do solo, para que possam absorver água e nutrientes com mais rapidez e facilidade.
Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos, o solo da Caatinga pode ser definido, de acordo com as regiões, entre raso a profundo e as texturas são arenosas e argilosas.
Infelizmente a Caatinga é um dos biomas mais negligenciados, sobretudo pelo poder público, já correndo risco de desertificação.
Por estar exposta a muita luz solar, estresse hídrico constante e solo pobre em nutrientes, a vegetação catingueira desenvolveu mecanismos de adaptação e sobrevivência a fatores abióticos.
Com cerca de 950 espécies vegetais conhecidas, a vegetação do bioma Caatinga não é homogênea, sendo influenciada pela quantidade de chuvas que recebe, por isso, também podemos chamar o bioma de Domínio das Caatingas.
Uma característica de adaptação, por exemplo, são a das plantas xerófilas, que possuem raízes muito longas e extensas, que lhes permitem captar água em distâncias maiores.
O caule da xerófila é sempre muito maciço e carnudo, pois armazena água em seu interior, acompanhado de folhas pequenas, muitas vezes apresentadas na forma de espinhos ou pequenos pelos, cruciais para evitar perda de água por transpiração, mas suficientes para fazer fotossíntese junto ao caule.
Então, o que você talvez não saiba, é que 30% da vegetação xerófila da Caatinga é endêmica, ou seja, são plantas que só existem lá.
Há, também, vegetação folhosa composta por plantas caducifólias, também chamada de decíduas.
Elas possuem folhas bem pequenas a fim de diminuir a superfície de contato com a luz solar e evitar perda excessiva de água.
Na estação seca a vegetação folhosa perde todas as folhas, pois quanto menos folhagem, menos água evapora.
Em exceção às xerófilas, a maioria das plantas da Caatinga possui raízes superficiais e tuberosas para uma rápida absorção de água, pois se fossem profundas no solo a água não chegaria até elas.
Você sabia que existem mais de 200 espécies de abelhas na Caatinga?
Este bioma possui alta biodiversidade de espécies animais, principalmente de invertebrados, apresentando mais de 300 espécies endêmicas.
No entanto, também enfrenta um alto número de bichos em extinção: são cerca de 136 espécies ameaçadas, sendo 46 delas endêmicas.
Na Caatinga os animais evoluíram de acordo com vegetação e o clima quente e seco, portanto, também precisam de mecanismos para sobreviver com pouca ou nenhuma água ou alimento.
As espécies possuem a capacidade de consumir muitos alimentos diferentes, na verdade, o que tiver disponível.
Muitos bichos migram para locais onde possam encontrar água e comida, como às serras ou para biomas vizinhos, por isso, possuem ciclos de reprodução mais rápidos e adequados aos ciclos de chuva.
Os anfíbios normalmente se enterram para aguentar o período de estiagem, assim como vários animais são capazes de entrar em estado de dormência prolongado.
O mocó é o roedor símbolo do bioma, mas há outras espécies bem famosas como o tatu-bola, o veado-catingueiro, o sagui-de-tufos-brancos, o periquito-da-caatinga e a cutia.
Cerca de 53% do bioma Caatiga já foi desmatado, muito pelo abandono do poder público, que não fiscaliza inúmeras ilegalidades, como o desmatamento para pecuária e monocultura e o tráfico ilegal de animais.
“Mata branca” é o significado do nome Caatinga, batizada pelos índios tupi-guarani em referência à aparência tomada na estação seca que, na verdade, é uma estratégia exemplar de sobrevivência.
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