Tensão entre Rússia e Ucrânia: o que está acontecendo?

O presidente russo, Vladimir Putin, nega querer invadir a Ucrânia e afirma que a OTAN está se expandindo sobre os países do Leste Europeu, incluindo a Ucrânia, o que considera uma agressão à segurança Russa.

Publicado em 28/01/2022 às 15:01, escrito por Talita, Redação Aulática | Tempo de leitura: 15 minutos Tensão entre Rússia e Ucrânia: o que está acontecendo?

No final de 2021, a Rússia colocou 100 mil soldados russos na fronteira com a Ucrânia, despertando uma ameaça que pode se converter em um conflito internacional, despertando velhas disputas.

Estados Unidos e União Europeia estão em alerta para uma iminente invasão russa, enquanto que, a Rússia afirma estar se defendendo da influência da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, também chamada de Aliança Atlântica) na Ucrânia, o que considera uma ameaça a sua segurança.

Por um lado, os Estados Unidos, país membro da OTAN, já enviou tropas de reforço para a Polônia, em caso de uma eventual invasão. A Polônia não faz fronteira com a Rússia, mas faz com a Ucrânia.

Por outro, Vladimir Putin, presidente russo, afirma que a Rússia não pretende invadir a Ucrânia, mas sim, proteger e demarcar seu território, se referindo à fronteira.

Isso, porque, Moscou é totalmente contra a aproximação estratégica que a OTAN vem fazendo com a Ucrânia com o objetivo de integrar o país à Organização, causando um “desrespeito” à soberania russa, já que, pelo território ucraniano é possível atingir a Rússia facilmente com mísseis.

Vamos entender qual é o risco real de um confronto armado e, se ele ocorrer, qual deve ser a resposta dos Estados Unidos e Europa.

Qual é o interesse da Rússia na Ucrânia?

A relação entre os dois países é histórica, isso você já deve saber, então, vamos aos capítulos mais recentes.

Embora a União Soviética tenha sido dissolvida em 1991, a Ucrânia ainda possui fortes laços sociais e culturais com a Rússia. Uma vez que boa parte da população ucraniana fala o idioma russo, por exemplo.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, inclusive, endossou essa proximidade ao definir russos e ucranianos como uma nação-irmã, além de afirmar que os atuais líderes da Ucrânia representam um projeto anti-russo.

No entanto, a tensão atual entre ambos países não é nova. No fim de 2013, a Rússia evitou que a Ucrânia passasse a fazer parte da União Europeia, despertando uma forte crise política que teve como consequência a anexação do território russo à península da Criméia, ao sul da Ucrânia, em 2014.

Além disso, deu apoio e respaldo para separatistas pró-russos, que tomaram o controle de algumas regiões no leste da Ucrânia.

Desde então, esses rebeldes estão mergulhados na Guerra de Donbass, uma guerra contra o exército ucraniano que já matou mais de 14 mil pessoas.

Porém, o aumento da pressão da Rússia sobre a Ucrânia tem uma nova meta: evitar que a OTAN absorva na Organização as antigas repúblicas soviéticas, algo que a Rússia vê como uma ameaça.

E esse é o novo capítulo da história: Rússia versus OTAN.

Tensão entre Rússia e Ucrânia: Russia versus OTAN

Em 2008, a OTAN prometeu à Ucrânia e à Geórgia, outra ex-república soviética, que poderiam entrar no bloco, e isso é algo que a Rússia é totalmente contra.

Além disso, a Rússia pede que a Aliança Atlântica vá devagar com sua atividade militar no Leste europeu, em especial nos países que fazem fronteira com a Rússia, como a Polônia ou as repúblicas bálticas: Estônia, Letônia e Lituânia. Incluindo, também, a Romênia, que compartilha fronteira com a Ucrânia.

Por último, mas não menos importante, a Rússia também propõe aos Estados Unidos um tratado para que nenhum dos países possa instalar armas nucleares fora de seus estados nacionais. O presidente russo já conversou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre isso.

As negociações entre os dois países seguem em passos lentos e as autoridades russas avisaram que a rejeição do Ocidente às suas propostas levará à uma encruzilhada.

Todavia, os Estados Unidos já rejeitaram, formalmente, o pedido dos russos para barrar a entrada da Ucrânia na OTAN.

Tensão entre Rússia e Ucrânia: o risco de uma invasão é real?

Apesar de a Rússia negar que deseja atacar a Ucrânia, pretendendo, na verdade, deter o que chama de “enfoque agressivo do Ocidente”, o que é certo é que a tensão não para de crescer e que os 100 mil soldados não estão lá “por nada”.

Por parte da OTAN, especialmente dos Estados Unidos e Reino Unido, já foi afirmado que o risco de conflito é real. Sendo assim, já avisaram que haverá sanções e advertências pesadas à Rússia se o país decidir invadir a Ucrânia.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, chegou a dizer que se uma invasão ocorrer, a Rússia pagará um preço alto através de sanções econômicas.

Então, ninguém sabe o que está por vir…

Tensão entre Rússia e Ucrânia: qual pode ser a reação do Ocidente?

Os Estados Unidos vêm liderando o discurso contra a Rússia, dizendo que está comprometido em defender o território Ucraniano, além disso, já enviaram 170 toneladas de armas ao país.

O Reino Unido também já se posicionou, enviando, também para a Ucrânia, armamentos contra tanques de guerra.

No entanto, na União Europeia, ainda não existe uma posição comum definida.

Países como Estônia, Letônia e Lituânia demostraram interesse em colaborar com suprimentos militares.

O envio de tropas à região já foi descartado, porque todos sabem as consequências de iniciar uma guerra, por isso as principais ferramentas do Ocidente para pressionar a Rússia são as sansões econômicas.

Os Estados Unidos declaram que vão vetar tecnologias de software e de semicondutores para os russos, isso inclui desde celulares, smartphones, computadores até jatos.

No entanto, a maior sansão seria vetar o acesso da Rússia ao sistema internacional bancário do mecanismo S.W.I.F.T., um sistema de identificação de transações financeiras que interconecta os bancos do mundo. Isso significa a impossibilidade de transações em dólar por bancos, indivíduos e instituições russas.

Além disso, é cogitado o impedimento da abertura do gasoduto Nord Stream 2, que une a Rússia e a Alemanha, mas que ainda está pendente de aprovação.

Os líderes Europeus também já avisaram que a Rússia não pode decidir sua eventual sua saída desse conflito somente com os Estados Unidos.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pede uma cúpula internacional, da qual também participem França e Alemanha, que por enquanto estão reticente quanto o assunto.

O que eleva as ameaças de um ataque da Rússia?

Como vimos, as exigências feitas por Vladimir Putin para que a OTAN não se estenda em direção ao Leste não foram aceitas pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Sendo assim, os 30 membros tem desprezado e ignorado a ideia de a Rússia impedir que a OTAN abra as portas para a entrada dos países em questão no conflito.

Além disso, nações como Suécia e Finlândia, geograficamente próximas à Rússia, e que não pertencem à OTAN, não querem que a Rússia possa impedir que elas estabeleçam eventuais laços com Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Além disso, os Estados Unidos temem que a Rússia ataque a Ucrânia por meio de um casus belli, ou seja, um pretexto para justificar uma ação militar predatória.

Segundo o pentágono, o Kremlin, sede do governo russo, estaria planejando o que se chama de “Operação de Bandeira Falsa” contra os rebeldes pró Rússia no leste da Ucrânia.

Assim, agentes russos poderiam realizar atos de sabotagem contra os rebeldes apoiados pela própria Rússia apenas para justificar uma invasão; os russos negam isso que isso seja verdade.

Além disso, já foram entregues 500 mil passaportes russos para cidadãos russos que vivem nas áreas rebeldes. Com isso, a Rússia poderia endossar qualquer ação com o objetivo de proteger seus próprios cidadãos.

Putin diz que Ocidente ignorou preocupações de segurança da Rússia e que EUA tentam arrastá-la ao conflito

Uma suposta entrada da Ucrânia para a OTAN significa, entre outras coisas, uma base bélica dos inimigos da Rússia (países membros da OTAN) no quintal russo, praticamente. Então, Vladimir Putin decidiu se pronunciar para acalmar os ânimos.

Putin se manifestou sobre a questão e acusou os Estados Unidos de causador de conflitos, justamente por insistir em querer a aproximação da OTAN com a Ucrânia, aumentando ainda mais as tensões locais.

Segundo Putin, o Ocidente ignorou as preocupações de segurança russas, sendo a principal a possibilidade de união de forças da OTAN com a Ucrânia.

A Ucrânia fazia parte da antiga União Soviética, assim como a Rússia, e há apenas 30 anos segue independente, mas é um território em disputa, sobretudo após a anexação do território da Criméia pelos russos em 2014.

O presidente russo reafirma que não possui intenções de invadir novamente o país vizinho, enquanto que os EUA acreditam em um perigo iminente de invasão, ameaçando fortes sanções.

A última novidade é que o departamento de defesa dos EUA acusa a Rússia de planejar um pretexto para invadir a Ucrânia, criando um vídeo falso que simularia um ataque ucraniano contra os russos.

O governo norte-americano não apresentou qualquer evidência da acusação e Vladimir Putin nega que isso seja verdade.

Navegue mais pelas nossas aulas gratuitas e pratique com os nossos simulados

Porque aprender muda tudo! O Aulática Educação oferece a melhor experiência de ensino pré-vestibular 100% online para todo Brasil. 

Estude com o Aulática para o Vestibular!

Entre para as turmas de maio e estude o ano inteiro pagando menos de R$2,00 por dia!

Saiba Mais

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Aulática.

Estude com o Aulática para o Vestibular!

Entre para as turmas de abril e estude o ano inteiro pagando menos de R$2,00 por dia!

  • Mais de 1500 videoaulas para estudar
  • 5.000 Exercícios para baixar
  • Resolução de exercícios comentadas em vídeo
  • Correção de Redação
  • Simulados Anuais ENEM
Saiba Mais

Faça parte da Comunidade