Quem era o líder do Estado Islâmico e por que sua captura foi importante para os EUA

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi morto na Síria em um ataque das forças especiais estadunidenses. A operação teve ajuda de apoiadores sírios e uso do espaço aéreo russo.

Publicado em 04/02/2022 às 08:02, escrito por Talita, Redação Aulática | Tempo de leitura: 10 minutos Quem era o líder do Estado Islâmico e por que sua captura foi importante para os EUA

Surpreendentemente, o governo dos Estados Unidos anunciou na madrugada desta quinta-feira (03/02/2022) a morte do líder do Estado Islâmico, Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi.

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi morto em um ataque das forças especiais estadunidenses, em Atmeh, no Noroeste da Síria.

Anteriormente, o governo americano oferecia uma recompensa de US$ 10 milhões por informações que levassem à sua captura.

A operação dos Estados Unidos na Síria e a morte do líder do Estado Islâmico

A princípio, em entrevista coletiva na Casa Branca Casa Branca, o presidente norte-americano confirmou que o líder do Estado Islâmico morreu quando detonou explosivos ao perceber que seria capturado, explodindo todo o andar da casa onde estava, causando a morte de outras pessoas presentes.

Segundo o presidente Joe Biden, a força militar dos Estados Unidos foi em busca da remoção de “uma grande ameaça terrorista para o mundo”, o líder do Estado Islâmico.

Joe Biden também afirmou que o ataque foi realizado com militares das forças especiais em solo, ao invés de drones, para evitar o risco de vítimas entre civis, o que não aconteceu, já que, segundo equipes de resgate locais, 13 pessoas morreram.

Em resumo, um funcionário da operação dos EUA disse que al-Qurayshi “explodiu uma bomba que o matou e matou membros de sua própria família, incluindo mulheres e crianças… parece ser a mesma tática terrorista covarde que vimos na operação de 2019 que eliminou al-Baghdadi”.

A operação alvejou uma casa em uma área residencial na cidade de Atmeh, na Síria, dominada pela oposição síria e um bastião de grupos jihadistas, rivais do Estado Islâmico

Além disso, Biden disse em seu pronunciamento que a operação estava sendo planejada há meses, juntamente com o apoio de aliados na Síria, e que a aprovação para o ataque foi dada na terça-feira (02).

Também foi revelado, surpreendentemente, que houve coordenação com a Rússia, que cedeu o uso do espaço aéreo da região.

A Rússia realiza ataques contra posições do Estado Islâmico, mas é aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Quem era o líder do Estado Islâmico?

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurashi tinha 45 anos e nasceu no Iraque, em 1976.

Seu nome verdadeiro era Amir Muhammad Said AbdalRahman alMawla, mas também usava vários pseudônimos, como Hajii Abdallah, Abdullah Qardash e Amir Muhammad Sa’id ‘Abd-al-Rahman Muhammad al-Mula.

Assumiu o comando do Estado Islâmico (EI) dias depois da morte de Baghdadi, criador do EI, que também foi alvo de um ataque dos Estados Unidos em 2019, também na Síria.

De origem turca, foi um dos poucos não árabes a ocupar a liderança do Estado Islâmico.

Também foi formado em Direito Islâmico pela Universidade de Mosul, no Iraque.

De acordo com informações do Departamento de Justiça norte-americano, al-Qurayshi também foi líder da Al-Qaeda, organização que deu origem ao Estado Islâmico, e teria coordenado diversas mortes, sequestros e tráfico de pessoas da minoria iazidi, comunidade étnico-religiosa curda.

Em 2004, Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi preso em Camp Bucca, presídio comandado pelos Estados Unidos no Iraque, onde conheceu seu antecessor no Estado Islâmico, Baghdadi.

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi fazia poucas aparições públicas e sua liderança era vista inicialmente como ilegítima por alguns dos apoiadores do grupo.

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi um dos responsáveis pelo reaparecimento recente das atividades do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, o que estava causando muita tensão no Ocidente.

Por que capturar o líder do Estado Islâmico era tão importante para os EUA?

Os EUA afirmavam que o ex-líder do Estado Islâmico era uma ameaça constante e um terrorista a ser capturado pelo bem global.

Sobre Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi à frente do Estado Islâmico, os EUA afirmaram ser “um líder terrorista de alto escalão na organização predecessora ao Estado Islâmico, a Al-Qaeda no Iraque (AQI), e continuamente ascendeu hierarquicamente para assumir uma liderança sênior”.

Os Estados Unidos também diziam que al-Qurayshi era um dos “mais sêniores ideólogos do Estado Islâmico” e “ajudou a promover e justificar raptos, massacres e tráfico da minoria religiosa Yazidi no noroeste do Iraque e também liderou algumas das operações terroristas globais do grupo”.

Vale lembrar que, durante seu auge de poder, o Estado Islâmico controlou grandes partes da Síria.

Em 2021, uma de suas bases no Afeganistão, chamada de Isis-K, ganhou atenção, especialmente pelo ataque em Cabul ocorrido no momento em que tropas dos norte-americanas e aliados estavam se retirando do país.

No entanto, mesmo com a desconfiança de que o Estado Islâmico estaria em um momento de reestruturação, e por isso estaria enfraquecido no momento, oficiais de espionagem dos Estados Unidos afirmaram que o EI está tentando se reerguer no Iraque e na Síria, buscando ampliar sua capacidade de ação; tudo coordenado pelo ex-líder al-Qurayshi.

Isso vinha se mostrando em empenho para a renovação de propaganda do EI e também em emboscadas e ataques, por exemplo.

O mais recente foi o ataque a uma prisão no noroeste da Síria, ocorrido em janeiro de 2022, e que deixou cerca de 400 mortos na tentativa de libertar combatentes do grupo.

Sendo assim, a ameaça terrorista global que o ex-líder apresentava por si só e a escalada do fortalecimento do IE vêm sendo apontadas como as principais causas da importância da captura do ex-chefe do Estado Islâmico. Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi.

No Pentágono, o porta-voz John Kirby afirmou que o “Estado Islâmico continua representando uma ameaça. Ninguém está cantando vitória.”, afirmando que os Estados Unidos vão continuar a combater o grupo extremista.

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